A direção do Instituto Dr. José Frota (IJF) faz um alerta para a prevenção de acidentes domésticos, de trabalho e colisões com motociclistas durante o período de chuvas. De acordo com a equipe da Emergência, as ocorrências de atendimento às vítimas de ferimentos graves causados por quedas, choques elétricos e ocorrências de trânsito podem aumentar por conta dos pisos escorregadios, exposição ao contato da água com a rede elétrica e dificuldade na frenagem de veículos na passagem por lâminas de água.
Os profissionais em plantão no IJF acolhem cerca de 200 novos pacientes todos os dias, sendo as fraturas por quedas as mais numerosas entre as causas de hospitalização. Ao todo, entre janeiro e dezembro de 2022, mais de 17.200 homens, mulheres e crianças foram acolhidos para atendimento especializado após relatos de desequilíbrio, escorregões e quedas em casa ou no trabalho. Os pacientes com mais de 60 anos de idade demandam ainda mais atenção dos profissionais, mais tempo para recuperação e maiores riscos de complicação, tendo em vista a localização das lesões e o diagnóstico de outras condições de saúde, como hipertensão, diabetes, sobrepeso ou desnutrição e osteoporose.
Para evitar a exposição aos riscos, as rotinas de segurança no ambiente doméstico são indispensáveis, como o uso de calçados adequados, a instalação de pisos antiderrapantes e barras de apoio nos banheiros, uma boa iluminação nas áreas internas e externas e a consciência de que comportamentos perigosos, como subir em muros, trocas telhados ou mesmo podar árvores, podem resultar em fraturas graves, sequelas permanentes ou mesmo causar a morte da vítima. Paredes úmidas também podem resultar em riscos de choques elétricos, mas a manutenção sempre deve ser realizada por um profissional.
A mesma atenção com a prevenção de acidentes também é necessária em todos os ambientes de trabalho, principalmente na construção civil e na operacionalização de redes elétricas durante os dias chuvosos. Alguns equipamentos de proteção individual (EPIs) são indispensáveis e devem atender ao perfil de atuação de cada profissional, mesmo os autônomos, em pequenos reparos ou grandes projetos. Botas, luvas, capacete, cincos de segurança, óculos e máscaras podem fazer a diferença ao evitar lesões por quedas de grandes alturas, choques elétricos, queimaduras, lesões oculares ou impactos de objetos contundentes. Ambientes úmidos e goteiras facilitam escorregões em poças de lama e descargas elétricas pelo contato com fios energizados desencapados em paredes e pisos molhados.
No trânsito, o respeito aos limites de velocidade e ao uso dos itens de segurança, como capacete e cinto, deve ser redobrado entre condutores e também entre passageiros, tanto nas vias mais movimentadas como nos bairros e zonas rurais. A chuva, que já dificulta a visualização do fluxo de veículos e obstáculos, também forma laminas de água que reduzem a aderência dos pneus ao solo e, por conta disso, derrapagens, quedas e colisões podem ser ainda recorrentes, principalmente entre motociclistas. Em altas velocidades e sem as proteções necessárias, os traumas resultantes desse tipo de ocorrência podem causar paralisias permanentes, mutilações severas ou mesmo fatais. Todos os meses, aproximadamente 800 novos motociclistas são acolhidos na Emergência. Em 2022, o IJF acolheu o total de 9.488 vítimas de traumas durante o transporte em motocicletas. Do total, 4.164 (44%) foram registrados com moradores de Fortaleza e 5.324 (56%) foram registrados de outros municípios.