Pesquisas científicas desenvolvidas em sala de aula por alunos dos Distritos de Educação 4 e 5 foram apresentadas na etapa distrital da IX Feira Municipal de Ciências e Cultura de Fortaleza nesta quarta-feira (28/08), no Cuca do Mondubim. Ao longo do dia, 40 trabalhos foram expostos por estudantes. Essa fase de exposição segue para os Distritos 2 e 6 nesta quinta-feira (29/09), na Casa de José de Alencar. Ao todo, 120 trabalhos foram selecionados para a etapa distrital e, destes, os 60 melhor avaliados serão classificados para a fase municipal, que será em setembro.
A Feira Municipal de Ciências, realizada pela Secretaria Municipal da Educação (SME), tem a proposta de incentivar o desenvolvimento de trabalhos científicos nas unidades municipais, bem como fortalecer o protagonismo estudantil. O gerente da Célula de Desenvolvimento Curricular da SME, Wesley Rocha, explica que os alunos a partir do 5º ano do Ensino Fundamental já são incentivados a iniciar projetos científicos e podem participar do evento. "Para muitos, a participação na feira é a primeira experiência científica. Quando chegarem à universidade, já terão a base da pesquisa e isso é um privilégio. Eu mesmo só tive contato com pesquisa na faculdade", pontua.
Uma das avaliadoras dos trabalhos dos alunos na feira é Terla Santos, professora da rede estadual e doutoranda em Educação pela Universidade Estadual do Ceará (UECE). Ela diz que ficou impressionada com os trabalhos e a apresentação oral dos estudantes. "Sou avaliadora do evento pela primeira vez e considero uma experiência significativa para os estudantes, levando em conta a faixa etária deles. Não imaginei que os trabalhos seriam de tanta qualidade. Inserir-se na pesquisa científica nessa fase da vida escolar não tem preço. Sem dúvida, eles chegam mais preparados à universidade", justifica.
O blog escolar "Gazeta Bilíngue" foi apresentado pela aluna surda Anne Louise de Araújo e a ouvinte Emily Isabelle Morais, do 5º ano, da Escola de Tempo Integral (ETI) Educação Bilíngue Francisco Suderland Bastos Mota, no Parque Dois Irmãos (Distrito 4). O blog é acessível ao surdo, pois todo o conteúdo está em português e Libras. A página tem a proposta de despertar o interesse dos alunos pela informação e pesquisa, contribuindo para o desenvolvimento intelectual dos participantes. “É a primeira vez que apresento o trabalho em público e me sinto bem. O trabalho do blog é dividido entre duplas e a minha é responsável por produzir conteúdos relacionados à moda e música. Muito legal estar aqui", comenta.
Estudar física e química não é mais um "bicho de sete cabeças", segundo a aluna Valquíria Lopes de Oliveira, do 9º ano, da Escola Municipal Padre Arimateia Diniz, no Conjunto Ceará (Distrito 5). A relação com as disciplinas mudou depois da experiência de elaborar o trabalho "Produção de Energia Elétrica, através de Água Salgada e Alumínio", ao lado do colega de turma Adryan Cliver Leite. "Ao estudarmos, ganhamos mais conhecimento e hoje podemos dividi-los com os colegas, de uma forma mais descontraída, digamos assim. Gostei de conhecer mais sobre física e química e perceber que não é tão difícil como parecia", constata.