pessoa fazendo eletrocardiograma
Entre janeiro e junho deste ano, 5.721 consultas cardiológicas foram realizadas nos Centros Especializados de Atenção ao Diabético e Hipertenso da Capital (Foto: Rodrigo Carvalho)

“O autocuidado é um conjunto de ações diárias que devemos fazer em prol do nosso bem-estar físico e mental. A partir do momento em que se cria uma rotina de autocuidado, se conquista uma melhora da saúde, e o coração é um dos órgãos do corpo que mais se beneficia com esses hábitos”. A orientação é da cardiologista da Rede Municipal da Saúde, Liliana Morais, que reforça outros hábitos importantes para a população.

Conforme a médica, exercícios físicos regulares, dieta alimentar saudável e controle do estresse podem prevenir o surgimento de fatores de risco que levam ao aparecimento de doenças cardiovasculares. A especialista enfatiza, ainda, que a qualidade do sono também é um fator preponderante para a saúde do coração.

Alguns hábitos devem ser evitados, alerta a cardiologista, pois podem favorecer o surgimento e o agravamento de doenças no coração, tais como tabagismo, alcoolismo e sedentarismo. Além disso, mulheres com Síndrome do Ovário Policístico (SOP) possuem uma predisposição ao desenvolvimento de enfermidades cardiovasculares.

“Existe um elo entre a SOP e a resistência insulínica, condição para a diabetes. Por isso é tão importante que as mulheres nesta condição fiquem atentas às doenças cardiovasculares”, enfatiza Liliana.

Aferições de pressão arterial e glicemia regularmente, principalmente em pessoas com hereditariedade para doenças cardiovasculares, podem detectar de forma precoce futuras complicações cardíacas, uma vez que Hipertensão Arterial e Diabetes Mellitus são condições clínicas silenciosas. Os cuidados com o coração começam ainda na fase jovem da vida, de acordo com Liliana.

“A partir dos 20 anos, deve-se adquirir hábitos saudáveis e fazer aferição de pressão e glicemia para detectar indícios de futura doença cardiovascular, especialmente filhos de cardiopatas. O SUS oferta gratuitamente as aferições nos postos de saúde”, relembra.

Exercício físico como aliado do coração

“Atividades físicas regulares também auxiliam na prevenção de doenças cardiológicas. É fundamental para a saúde ser fisicamente ativo, exercícios físicos promovem não somente a saúde, mas também o bem-estar", afirma a especialista.

Ela enfatiza que a escolha do exercício deve ser de acordo com as condições de saúde e mobilidade da pessoa, mas que deve ocorrer de forma rotineira.

Uma boa opção para os residentes de Fortaleza são as academias ao ar livre. Atualmente, a Capital possui 328 equipamentos, divididos entre as 12 Regionais da cidade, que possibilitam de forma gratuita e acessível o desenvolvimento de práticas esportivas para a população.

Centro Especializado de Atenção ao Diabético e Hipertenso (CEADH)

Nos casos de suspeita ou confirmação de hipertensão, os pacientes podem buscar um dos 116 postos de saúde, onde serão classificados quanto ao seu risco, terão seu plano de cuidado definido e encaminhamento a um Centro Especializado de Atenção ao Diabético e Hipertenso (CEADH), caso necessário.

Compondo as estratégias de fortalecimento da linha do cuidado para doenças cardiovasculares, a Prefeitura de Fortaleza oferta acompanhamento gratuito aos pacientes diagnosticados com hipertensão nos CEADHs. Entre janeiro e junho deste ano, 5.721 consultas cardiológicas foram realizadas nos CEADHs da Capital.

Os CEADHs foram criados para garantir o atendimento de atenção especializada para os pacientes hipertensos e diabéticos de alto e muito alto risco, estratificados na Atenção Primária à Saúde, disponibilizando atendimentos em endocrinologia, cardiologia, oftalmologia, enfermagem, nutrição, entre outros, de acordo com a necessidade dos pacientes.

“Além da equipe multidisciplinar, as unidades contam com ambulatório de estomaterapia, atendendo diabéticos de alto e muito alto risco cardiovascular, com pé diabético”, explica Erlemus Soares, coordenador da Rede de Atenção Primária e Psicossocial da SMS.

A senhora Carmosa Lima, paciente encaminhada do Posto de Saúde José Paracampos para tratamento no CEADH localizado na Policlínica Dr. José Eloy da Costa Filho, no bairro Bonsucesso, conta que o acompanhamento médico é de extrema importância para que ela consiga controlar a sua hipertensão. “Graças a Deus aqui sou muito bem tratada. Eles lutam muito pela minha pressão, porque a minha pressão não é fácil de controlar, mas eles já fizeram todos os tipos de exames e estão sempre batalhando para descobrir as causas”, afirma a paciente.

Atualmente, Fortaleza conta com sete CEADHs, três localizados em postos de saúde e quatro nas policlínicas:

- Posto Anastácio Magalhães
- Posto Frei Tito
- Posto Mattos Dourado
- Policlínica Lusmar Veras
- Policlínica Pompeu Randal
- Policlínica Dr. Luiz Carlos Fontenele
- Policlínica Dr. José Eloy.

Publicado em Saúde

A diabetes é uma doença do metabolismo da glicose causada pela falta ou má absorção de insulina. Podendo ser crônica ou adquirida, a doença possui sintomas que podem ser sutis, mas que, se não tratados, podem trazer sérias consequências à vida do paciente.

“A diabetes é uma das enfermidades mais frequentes nos postos de saúde, e que ainda traz diversos outros problemas de saúde, se não tratada adequadamente. Por esse motivo, o atendimento realizado a este público na rede municipal é multidisciplinar”, explica Ana Estela Leite, titular da Saúde de Fortaleza.

Alguns dos sintomas mais comuns são o excesso de urina e de sede, aumento do apetite, impotência sexual, infecções na pele e nas unhas, demora na cicatrização de feridas, visão embaçada, emagrecimento, entre outros. Os sintomas são característicos nos três tipos de diabetes: tipo 1 (crônica), tipo 2 (adquirida, normalmente devido à alimentação) e gestacional (comum na gravidez por questões hormonais).

Caso não seja realizado tratamento adequado, que consiste, prioritariamente, na mudança de dieta e de hábitos de vida e possível uso de medicamentos, a doença pode levar a outras patologias cardiovasculares, neuropatia, cegueira, insuficiência renal crônica, dentre outras, que pode levar à necessidade de tratamento por hemodiálise ou até mesmo transplante renal.

Uma das principais complicações da diabetes, ligadas à neuropatia, é o pé diabético, causado pelo surgimento de lesões nos pés que não são sentidas por causa da doença e acabam levando à amputação parcial ou total do membro. Na rede municipal, apenas em 2021, mais de 2,1 mil pessoas realizaram tratamento na Rede Municipal para pé diabético.

Acompanhamento

Antes de chegar a um nível maior de gravidade, no entanto, o Município oferta acompanhamento aos portadores da doença, através da Rede de Atenção Primária à Saúde. Nos casos de suspeita ou confirmados de diabetes, os pacientes podem buscar um dos 116 postos de saúde, onde serão classificados quanto ao seu risco e terão seu plano de cuidado definido.

Dependendo do risco, esses usuários poderão ser acompanhados nos postos ou nos Centros Especializados de Atenção ao Diabético e Hipertenso (CEADH). Fortaleza conta com sete centros, implantados em alguns postos e policlínicas da Capital. Atualmente, o projeto atende 34 mil pessoas com diabetes. O acompanhamento é realizado por especialistas endocrinologistas, cardiologistas, oftalmologistas, cirurgiões vasculares e enfermeiras capacitadas em pé diabético.

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