agente de endemia analisando um balde em um quintal
No total, cerca de 11 mil imóveis devem ser vistoriados, entre residências e pontos estratégicos (Foto: Marcos Moura)

A Prefeitura do Fortaleza, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), promove nesta quinta-feira (04/08), das 8h às 12h, mais um mutirão contra arboviroses. As ações acontecem nos bairros da Granja Portugal, Conjunto Ceará I e Conjunto Ceará II, localizados nas Secretarias Regionais 5 e 11.

No total, cerca de 11 mil imóveis devem ser vistoriados, entre residências e pontos estratégicos, com o intuito de identificar e eliminar possíveis criadouros do mosquito Aedes aegypti. O mutirão beneficiará de forma direta ou indiretamente, 112 mil pessoas.

No último Levantamento de Índice Rápido para Aedes aegypti (LIRAa), as áreas escolhidas para as ações apresentaram um maior índice de infestação do mosquito e risco de adoecimento da população, de acordo com indicadores entomológicos e epidemiológicos, revela o gerente da célula de vigilância ambiental e riscos biológicos, Atualpa Soares.

“Nas abordagens, os agentes de endemias também realizam um trabalho educativo com a população. É importante lembrar ainda que as chuvas intermitentes associadas às altas temperaturas são um período propício para a proliferação do mosquito. Por isso, os fortalezenses não podem descuidar das ações de prevenção em casa, já que 80% dos focos dos mosquitos são encontrados dentro das residências”, reforça o gerente.

Balanço

Entre janeiro e julho de 2022 foram notificadas no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), 48.150 suspeitas de dengue e chikungunya. Dessas, 47,4% (22.807) foram confirmadas e 7.578 ainda estão sendo investigadas. As notificações das últimas oito semanas mostram tendência de queda na transmissão dessas doenças, uma redução média de 35,1% para chikungunya e 30,2% para dengue.

Denúncia

Nos casos de espaços públicos ou terrenos abandonados que possuem irregularidades, como possíveis focos do mosquito, a Prefeitura de Fortaleza conta com o apoio da população para denúncias na sede das Regionais ou por meio do 156. 

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homem olhando um microscópio
As ovitrampas simulam o ambiente perfeito para a procriação do Aedes aegypti: um vaso de planta preto é preenchido com água

O uso de armadilhas ovitrampas para capturar os ovos do mosquito Aedes aegypti é mais uma das estratégias da Prefeitura de Fortaleza, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), que ajudam no combate à proliferação da doença na Cidade. De janeiro a junho de 2022, a estratégia auxiliou na retirada de cerca 225 mil ovo de mosquitos nos bairros da Capital, sem precisar usar inseticidas químicos.

No total, são 512 pontos instalados em residências e pontos estratégicos. Neste período, foram realizadas quase 10 mil visitas dos agentes de endemias para esta estratégia, visando o monitoramento e a tomada de decisões para orientar ações e implementar medidas de controle.

Como funciona

As ovitrampas simulam o ambiente perfeito para a procriação do Aedes aegypti: um vaso de planta preto é preenchido com água, que fica parada, atraindo o mosquito. Nele, são inseridas uma palheta de madeira (Eucatex) que facilita que a fêmea do Aedes coloque ovos.

Dessa forma, os agentes de endemias conseguem observar, de maneira mais rápida e eficiente, a quantidade de mosquitos naquela região e aceleram as ações de combate ao mosquito, sem que o inseto se desenvolva.

O equipamento fica no local por um período de sete dias, e enviado ao laboratório de Entomologia para contagem dos ovos. A cada semana a palheta de madeira é substituída. Pela quantidade de ovos, ou ausência deles, a Prefeitura saberá se há fêmeas com foco no raio de nove quarteirões da armadilha, gerando gráficos e mapas para aplicação das medidas de controle.

“É um instrumento que nos mostra a presença do mosquito, principalmente onde estão as fêmeas, já que é um acompanhamento feito pela quantidade de ovos. É um monitoramento minucioso, com data marcada, e de forma permanente. Com o aumento das chuvas, ele se mostra ainda mais importante. Isso porque há uma oferta maior de água e, consequentemente, maior infestação de mosquito. O monitoramento ajuda a direcionar de forma mais precisa as ações”, explica o gerente da célula de vigilância ambiental e riscos biológicos, Atualpa Soares.

Ele ressalta que “caso a região seja foco, as ações são ainda mais incisivas nas localidades, pois não adianta colocar a armadilha onde já sabemos que é foco”, explica.

Mesmo com o monitoramento das armadilhas, as medidas de prevenção mais tradicionais de combate aos focos são fundamentais: evitar o armazenamento de água parada, limpar calhas e caixas d’água com frequência, evitar acúmulo de lixo e colocar areia nos pratos e vasos de plantas.

A Prefeitura atua o ano inteiro em outras linhas de trabalho de combate ao Aedes pela cidade. Ações de bloqueio, visita aos imóveis, fiscalização sanitária, recolhimento de pneus, aplicação de inseticidas por UBV e por outras metodologias, entre outras estratégias que são feitas diariamente e intensificadas nas áreas com maior número de casos registrados.

“Em todas as ações que realizamos, precisamos sempre da ajuda da população no combate ao mosquito. Precisamos nos mobilizar cada vez mais, unindo forças e redobrando a atenção em tudo que possa acumular água parada. Evitar proliferação do mosquito depende de cada um de nós”, finalizou.

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Foto: Liezio Gomes. Plateia de educadores e agentes da área da saúde durante a capacitação para combater às Arboviroses.
Plateia de educadores e agentes da Saúde durante capacitação (Foto: Liezio Gomes)

Na manhã desta quinta-feira (23/01), educadores, diretores, agentes e supervisores técnicos das áreas da Saúde e Educação que atuam no território da Regional II estiveram reunidos no Teatro São José para uma capacitação sobre o enfrentamento às arboviroses.

O encontro teve como objetivo apresentar o balanço dos trabalhos executados em 2019 e o plano de estratégias para 2020, com foco intensivo no combate às arboviroses em postos de saúde e escolas. A primeira capacitação para o fortalecimento das estratégias aconteceu na Regional II e seguirá pelas demais Regionais da Cidade.

O chefe do Gabinete da Regional II, João Freire Neto, agradeceu a presença dos profissionais e reforçou a importância da prevenção e do combate a essas doenças. “Vamos envolver todos os nossos profissionais em uma campanha sistemática, no sentido de unir os esforços necessários para sermos bem sucedidos”, enfatizou.

No decorrer de 2018 e 2019, o cenário epidemiológico de Fortaleza apresentou uma significativa queda no número de casos de arboviroses registrados, incluindo dengue, zika e febre chikungunya. “Os nossos esforços seguem sendo intensificados e, neste sentido, destacam-se as operações nas fronteiras dos municípios, a Operação Quintal Limpo, as ações em parceria com a Secretaria Municipal da Educação e, principalmente, as ações das equipes de combate às endemias. Toda a Cidade está mapeada para diagnosticar onde há mais infestação de mosquito e maiores casos de doença. São medidas que nos possibilitam enxergar melhor onde podemos atuar e reduzir ao máximo os riscos de infestação. Precisamos do engajamento da população para nos auxiliar neste combate”, comentou Itamar Mendes, supervisor geral do Distrito Técnico de Endemias.

Como precaução de um possível surto, será disponibilizada uma estrutura assistencial, dispondo de insumos, materiais e atendimento adequado. Para isso, 23 postos de saúde – estrategicamente espalhados entre as Regionais de Fortaleza – estarão equipados e, caso haja necessidade, serão referência no atendimento. Na Regional II, os postos de saúde preparados são: Aída Santos, Irmã Hercília e Roberto Romero. Além disso, as ações desenvolvidas pelo Núcleo de Controle de Zoonoses como vacinação antirrábica, desratização, exames de calazar e eliminação de animais peçonhentos, serão intensificadas ao longo do ano.

A reunião foi conduzida pelo Distrito Técnico de Endemias com o apoio do Núcleo de Educação em Saúde e Mobilização Social (NESMS) e do Núcleo de Controle de Zoonoses, visando a integração entre a Saúde e Educação.

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