mulheres com peças de tecido nas mãos em pé em volta de mesa com retalhos e sorrindo para a foto
As atividades, realizadas às segundas, quartas e sextas-feiras, reúnem cerca de 20 mulheres

O ateliê de arte do Centro de Referência do Empreendedor do bairro Bom Jardim tem sido palco de uma iniciativa transformadora. A produção de moda por meio do reaproveitamento de tecidos tem dado vida ao Projeto Colcha de Retalhos. O curso capacita mulheres em situação de vulnerabilidade e reúne esforços da Prefeitura de Fortaleza, por meio da Secretaria do Desenvolvimento Econômico (SDE), da Universidade Federal do Ceará (UFC) e do Conselho Regional de Administração (CRA).

As atividades, realizadas às segundas, quartas e sextas-feiras, reúnem cerca de 20 mulheres, protagonistas de histórias de vida distintas, que compartilham o desejo de descobrir talentos, de ampliar a própria capacidade e de conquistar, por meio do empreendedorismo, a tão sonhada independência financeira.

senhor de óculos segurando bolsa de tecido e sorrindo para a foto
Mírian Santana aposta nos aprendizados adquiridos para potencializar a qualidade dos materiais confeccionados e comercializados

O titular da SDE, Mosiah Torgan, reforçou o intuito da proposta. “O Colcha de Retalhos compõe a grade de atividades do Meu Bairro Empreendedor. O objetivo é beneficiar mulheres, ensiná-las a ter uma profissão, reutilizando um material que seria descartado em produtos que possam ser comercializados pela própria comunidade, transformando as mulheres em empreendedoras sustentáveis de base comunitária. Para isso, o Centro de Referência do Empreendedor oferece a estrutura adequada por meio de maquinários e armários. O resultado disso é inclusão, profissionalização, empreendedorismo e geração de oportunidades”, informou, ressaltando a importância da união de esforços entre o poder público, a iniciativa privada e a universidade.

Almofadas, jogos americanos, bolsas, laços e bonecas estão entre os principais materiais produzidos por Mírian Santana. A microempreendedora, de 52 anos, aposta nos aprendizados adquiridos para potencializar a qualidade dos materiais confeccionados e comercializados. “Desde agosto, estou imersa neste curso, que está sendo muito positivo e tem melhorado minha experiência no ramo. Tenho desenvolvido, inclusive, o talento para o patchwork, para o desenho. Além de agregar conhecimento, o Colcha de Retalhos me faz sentir parte de algo, eu me sinto mais útil, aprendo e vejo portas se abrirem para uma melhoria econômica”, considerou.

mulher sorrindo para a foto em frente à mesa com tecidos em cima
Eveline Azevedo, professora do curso cedida pela UFC

O projeto de extensão, ministrado pela professora Eveline de Azevedo, cedida pela Universidade Federal do Ceará (UFC), possui duração de 4 a 6 meses por turma. A grade curricular, segundo a docente, é composta por aulas teóricas e práticas no âmbito do empreendedorismo, do desenvolvimento de produtos, da modelagem, do patchwork, entre outros. “Com o apoio da indústria têxtil, estamos incentivando a autonomia dessas mulheres para o empreendedorismo. Estar aqui, para mim, é muito mais do que passar conhecimento de moda. É conversar, estimulá-las a ocupar produtivamente a cabeça e a colher os frutos desses aprendizados”, comentou.

Para Janaína Fernandes, do Conselho Regional de Administração (CRA-CE) e gestora do curso, "nosso propósito é empoderar mulheres para que elas venham empreender, gerar independência financeira para proporcionar poder de decisão sobre seus negócios, impactando diretamente sobre suas vidas. A visão da Prefeitura para o empreendedorismo de base é essencial. Nas comunidades, há uma carência grande. Por outro lado, são repletas de mulheres talentosas, com sonhos e ideias”, destacou.

O sucesso da iniciativa garantirá perspectivas positivas para 2020. Ano que vem, o Projeto irá ultrapassar as fronteiras brasileiras e firmará participação na VII Feira Internacional de Sustentabilidade, em Angola. “Iniciaremos a nossa coleção do Colcha de Retalhos. Nós fomos convidadas a apresentar os produtos em Luanda em novembro. Esse convite veio nos presentear e reforçar a nossa ideia de que empreender com sustentabilidade, com mulheres e com visão de desenvolvimento é o que o povo cearense precisa”, adiantou Janaína.

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mulher de óculos sentada falando
Érica Lima Castelo Branco, chefe do Setor de Adoção e Manutenção do Vínculo, do TJ-CE

Em junho deste ano, 10 especialistas, entre psicólogos e assistentes sociais, foram cedidos pela Prefeitura de Fortaleza ao Tribunal de Justiça do Ceará (TJ-CE) para dar celeridade aos processos de habilitação para a adoção na Capital. Desde então, o tempo médio do trâmite caiu de um ano para 5 meses. A iniciativa reúne esforços da Primeira-dama Carol Bezerra e da Secretaria dos Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SDHDS). Também foram disponibilizados dois motoristas com carro a fim de assegurar a fluidez e o descongestionamento de relatórios pendentes em procedimentos registrados no Sistema Nacional de Adoção (SNA).

“Em nosso País, a adoção de crianças por parte de pessoas interessadas ainda é um drama frequente. Na maior parte das capitais, o período médio para se conseguir sucesso gira em torno de 12 meses, podendo oscilar para mais. Graças à parceria entre a SDHDS, a Primeira-dama e o TJ-CE, nós conseguimos a redução do prazo de habilitação em Fortaleza para 5 meses, reduzindo acentuadamente a fila de espera. Estamos muito felizes com essa realização, sabendo que ainda tem muito caminho pela frente”, afirmou o titular da SDHDS, Elpídio Nogueira.

A ação é fruto do compromisso firmado por Carol Bezerra durante eventos relacionados à causa, no primeiro semestre deste ano, com o Tribunal de Justiça do Estado do Ceará. Em cerca de 6 meses, a Coordenadoria de Processos Administrativos e Judiciais da Infância e Juventude de Fortaleza registrou redução de 74,05% no âmbito das pendências das habilitações.

Érica Lima Castelo Branco, chefe do Setor de Adoção e Manutenção do Vínculo, ressaltou os fatores que contribuíram para a queda expressiva do tempo médio para a habilitação. “Existia um número significativo de processos parados nas filas de adoção e do cadastro esperando estudo. Isso impactava, inclusive, o tempo que levava até a decisão da juíza. Recentemente, o convênio firmado com a Prefeitura de Fortaleza e com o Governo do Estado resultou na cessão de 10 profissionais cedidos pelo poder Municipal e outros nove pelo poder Estadual. Eles atuam na avaliação social e psicológica das famílias que pretendem realizar a adoção. A partir daí, é emitido um relatório com um parecer acerca do que é verificado nesse estudo. Com isso, os processos foram sendo devolvidos à Vara e as filas foram minimizadas”, reforçou.

mulher sentada sorrindo para a foto
Débora Melo da Silva, chefe do Setor de Cadastro de Adotantes e Adotandos do Juizado da Infância e da Juventude

Segundo a chefe do Setor de Cadastro de Adotantes e Adotandos do Juizado da Infância e da Juventude, Débora Melo da Silva, em 1º de abril deste ano, 131 pretendentes aguardavam a elaboração dos relatórios. Em 08 de novembro, a quantidade caiu para cinco. “A partir da cessão dos profissionais, as atividades foram intensificadas e, agora, no início de novembro, os números caíram consideravelmente. Em 4 meses, 77 relatórios foram emitidos apenas pelos psicólogos e assistentes sociais cedidos pela Prefeitura. A expectativa para os próximos meses é a melhor possível”, estimou.

A fim de assegurar a eficácia das atividades desenvolvidas pelos profissionais cedidos, foram realizadas capacitações e formações. A assistente social Ana Paula Torres Nobre Soares, cedida pela Prefeitura de Fortaleza ao Tribunal de Justiça, descreveu a experiência. “A partir de junho deste ano, tivemos um período de acompanhamento com as equipes dos setores envolvidos no processo, passando pelo cadastro, pela adoção e pela manutenção do vínculo. Com isso, tornou-se possível se apropriar do que era desenvolvido. Estamos tratando de pessoas que saíram de um contexto de vulnerabilidade sociofamiliar, que estão em situação temporária de acolhimento e que, diante da impossibilidade de retorno às suas famílias de origem, foram destituídas e irão conviver em nova realidade”, disse.

mulher posando para a foto e sorrindo com braços cruzados
Ana Paula Torres Nobre Soares é uma das assistentes sociais cedidas pela Prefeitura ao TJ-CE

A assistente social detalhou os critérios observados durante as visitas técnicas e as entrevistas. “Na visita, é observada a moradia. O local onde a criança ou o adolescente irá residir precisa ser adequado à receptividade digna. Já na entrevista, consideram-se fatores mais subjetivos. Principalmente a motivação que leva ao desejo de adoção e o apoio prestado por outros membros da família. Recentemente, uma mulher divorciada teve a habilitação aprovada para adoção de duas crianças. Além disso, o fato de a pessoa ser solteira ou de a família ser composta por casal homoafetivo, por exemplo, não importa. O diferencial é a motivação para a adoção e o cumprimento de alguns critérios, como a maioridade do adotante e a diferença de, pelo menos, 16 anos em relação ao adotando”, disse, acrescentando que, após a emissão do relatório em sistema virtual, o promotor emite um parecer e a juíza dá a sentença final.

Ainda de acordo com Ana Paula, as repercussões do reforço ultrapassam as expectativas inicialmente estimadas. “A partir de uma força-tarefa, os atrasos foram resolvidos. A fila de espera foi sendo minimizada. Isso trouxe aos pretendentes a sensação de alívio e esperança. Lidamos com um caso recente em que, em oito dias, foi realizada a visita, a entrevista e a emissão do relatório no sistema. Os pretendentes se comunicam em grupos on-line e têm sentido a diferença”, completou.

mulher em pé com as mãos na cintura sorrindo para a foto
Patrícia Machado teve seu processo de habilitação aprovado em 5 meses

A professora Patrícia Machado de Queiroz, de 36 anos, graduanda em Psicologia, testemunhou a celeridade do trâmite no próprio processo de habilitação. “Pretendo realizar uma adoção tardia. Durante a graduação, tive acesso a projetos de extensão relacionados ao tema. Foi algo que sempre quis. Minha habilitação durou 5 meses. Aconteceu de forma mais rápida do que eu imaginava. Principalmente, quando se pesquisa sobre os processos em outros Estados, onde se chega a esperar cerca de dois anos para a conclusão do processo. Fortaleza, com certeza, é uma das cidades mais rápidas do Brasil. Agora só me resta aguardar. Estou muito feliz”, considerou.

A chefe do Setor de Adoção, Érica Lima, esclareceu, ainda, que todo o processo de habilitação tramita no Setor de Cadastro. “É o primeiro passo. A pessoa interessada em adotar preenche um formulário, escolhe o perfil do adotando, participa de um curso e recebe em casa os profissionais da equipe técnica, composta por assistentes sociais e psicólogos. Essa equipe realiza o relatório dizendo se a família está ou não apta a adotar. Esse relatório segue para o Ministério Público e, por fim, a juíza dá a decisão se a pessoa está habilitada. Depois disso, a família vai conhecer a criança na instituição de acolhimento, passa um período de adaptação e entra com um processo propriamente dito de adoção. A partir daí, há a avaliação do estágio de convivência da criança com a família adotante”, explicou.

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duas moças sorrindo para a foto
Com o Projeto Mulher Empreendedora, Wendy e Isabella conseguiram fabricar mais produtos e ainda se capacitar

Empreender é, antes de tudo, saber enxergar e aproveitar as oportunidades. Mas não é fácil começar o próprio negócio do zero. Mulheres desempregadas ou que vivem na informalidade desejam caminhar com mais autonomia e buscam uma atividade rentável que possa ser construída de forma independente, mas quase todas esbarram no mesmo problema: o financeiro. Pensando nisso, a Prefeitura de Fortaleza lançou, em 2018, o Projeto Mulher Empreendedora, executado pela Secretaria Municipal do Desenvolvimento Econômico (SDE). A iniciativa, que faz parte do Programa Fortaleza Competitiva, já está na segunda edição, realizando sonhos de mulheres arrojadas.

Da periferia à loja virtual

Quando Wendy Mesquita, de 26 anos, e Isabella Almeida, de 24, começaram a fabricar as próprias blusas, não imaginavam que, no espaço de um ano, ficariam populares em uma rede social. Foi assim que nasceu o perfil Fanchonas, o nome da marca que abraçou o público LGBT e a causa feminista. Além das blusas, botons, bolsas e outros artigos passaram a ganhar as ilustrações e frases criadas por elas sócias. "A inspiração vem do nada. Bate aquela 'luzinha', a gente cria e vê se fica legal para lançar. Às vezes, a gente passa um tempo sem criar e às vezes vêm muitas ideias juntas", conta.

Logo começaram as encomendas e elas perceberam que daria para investir no novo negócio. Em 2017, Wendy e Isabella já tinham a ideia amadurecida, mas só em 2018 surgiu a chance de focar no nicho escolhido e entrar de cabeça por meio do Projeto Mulher Empreendedora. "A gente tinha dificuldade de comprar os materiais. Vimos o edital do Mulher Empreendedora e corremos atrás. Com o financiamento, nosso negócio foi impulsionado porque conseguimos fabricar mais produtos. Além disso, tem a consultoria que nos capacita ainda mais", disse.

Com mais produtos em mãos, era a vez de Isabella entrar em cena. Com ela, os registros invadiram as páginas do Facebook e do Instagram, que se transformaram em ferramenta de trabalho. E tudo acontece de forma online. "Pelo fato de termos mais produtos e estampas, há uma oferta maior. A procura aumentou muito. Antes, tínhamos 70% das vendas concentradas nos estados. Agora, ganhamos os clientes de Fortaleza também. As vendas são realizadas pelo Instagram. O pedido é feito, damos um prazo para efetuar o pagamento e em sete dias úteis, o produto chega às mãos do cliente. Ainda ganhamos um retorno através de fotos e agradecimentos", explica Isabella.

O Projeto Mulher Empreendedora ofereceu não apenas o incentivo financeiro, mas também abriu a mente das garotas que querem crescer no mercado. Isabella diz que o plano é fazer a marca ficar conhecida nacionalmente e, no futuro, ter uma loja fixa. "A gente tem alguns modelos de lojas virtuais nessas duas temáticas. Queríamos seguir esses modelos e aumentar nosso alcance pelo Brasil e aqui. Também pensamos no site e, futuramente, em uma loja física em Fortaleza. Mas primeiro queremos ser referência no segmento", destacou.

senhora sentada usando máquina de costura e posando pra foto
Marinete não sabia utilizar a máquina de costura, mas viu a necessidade de aprender após conhecer o Projeto Mulher Empreendedora

Artesanato correndo nas veias

A primeira experiência que Marinete Costa, de 43 anos, teve com o artesanato, foi ainda na infância. "Na escola, tínhamos uma disciplina para conhecer o artesanato. Mas era tudo considerado uma brincadeira", conta. Anos depois, a brincadeira virou coisa séria. Com o propósito de ficar mais perto do marido e dos filhos, ela decidiu que queria trabalhar em casa. Foi aí que se engajou em um projeto da igreja e começou a fazer bonecos de feltro para vender. "Surgiu o projeto e eu logo abracei o artesanato de novo", disse. Depois, conheceu a técnica de patchwork, que é um trabalho feito com retalhos. "Você pega um tecido que não tem forma nenhuma e dá utilidade a ele. Eu pensei: eu ainda gosto do artesanato", lembra.

Até então, Marinete não sabia utilizar a máquina de costura, mas viu a necessidade de aprender após conhecer o Projeto Mulher Empreendedora. Ainda hoje, ela lembra a reação que teve ao ler o edital. "Na hora eu não acreditei. Eu não imaginava que pudesse existir um projeto como esse. Estava desde 2012 sem trabalhar e não tinha expectativa de ter um negócio que casasse com minha necessidade de estar mais tempo em casa. Surgiu como a chance de mudar minha vida", recorda.

E mudou mesmo. O Mulher Empreendedora proporcionou crescimento e uma nova visão para Marinete. "Você é obrigado a planejar seu negócio desde a compra da agulha até a sacola do produto. Tive que ler e me atualizar, aprender a costurar e adquirir conhecimento sobre empreendedorismo. Aí veio o curso de bolsas de patchwork, que é meu carro-chefe", diz.

Como já fazia trabalhos manuais antes, a artesã já tinha o material, mas não o maquinário. Por meio do financiamento adquirido no Projeto, ela pôde realizar seu sonho e, com tudo em mãos, material e máquinas, agora ela sonha alto. Quer expandir o negócio, investir nas bolsas e ver nascer a própria marca. "O que eu estou sonhando agora é lançar minha própria coleção, com meu nome, as características da minha terra, com nossa identidade cultural. Estou estudando muito sobre moda", comemora.

Projeto Mulher Empreendedora terá nova edição

A meta do programa é investir mais de R$ 1,2 milhão, sendo até R$ 15 mil por empreendimento. O Projeto visa incentivar a geração de trabalho e renda para mulheres empreendedoras. "O objetivo é permitir que elas tenham oportunidade. Se elas têm dificuldade de acessar crédito em bancos comerciais, agora elas contam com esse auxílio para montar um negócio com a ajuda da Prefeitura ou para expandir aquele que já possui", explicou Paulo Barbosa, coordenador do Projeto.

A boa notícia para quem ainda não conseguiu entrar no programa, é que a expansão dele já é uma certeza. "O Mulher Empreendedora vem transformando a vida de muitas mulheres e de suas famílias. Devido ao sucesso, temos a pretensão de lançar uma terceira edição no início de 2020 para alcançar um total de 200 negócios geridos por mulheres em nossa Capital", afirmou o secretário de Desenvolvimento Econômico, Mosiah Torgan.

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garota sorrindo para a foto e segurando uma filmadora
Nicoly Mota é monitora na área de audiovisual

Cultura, arte, ciência e esporte juntos em um mesmo espaço, gerando atividades teóricas e práticas. Esta é a vivência de muitos jovens de Fortaleza que frequentam a Rede Cuca e se beneficiam das atividades ofertadas nos equipamentos da Barra do Ceará, Jangurussu e Mondubim. A vulnerabilidade social nunca foi um fator limitante para eles.

A estudante Nicoly Mota, por exemplo, diz que se sentiu agraciada quando descobriu as atividades das quais ela poderia participar. "Eu lembro quando surgiram os boatos de que teria esse local onde iríamos estudar muitas coisas. Meus amigos não acreditavam. Eles acham que o Cuca é pago (risos). É bom tirar essa imagem. É de graça! Entrem nos cursos", disse.

Os cursos são apenas o primeiro passo. Com acesso a informações, aulas e palestras, os jovens são incentivados a pensar em projetos maiores. Quando a Prefeitura de Fortaleza, por meio da Coordenadoria Especial de Políticas Públicas de Juventude (CEPPJ), resolveu lançar o Programa de Jovens Monitores da Rede Cuca, o estudante Cristian Henrique Paulsson enxergou uma chance de crescimento. "Eu sempre gostei de Informática, desde criança. Tinha curiosidade em saber como cada peça do computador funcionava. Mas quando cheguei ao Cuca, não acreditava que o equipamento funcionasse bem, porque era mantido pelo Governo. Mas entrei, fiz cursos ligados na área, até que cheguei a uma monitoria", conta.

O edital do Programa foi lançado em julho deste ano e, por meio de uma seleção, 60 jovens entre 16 e 29 anos foram contemplados. Com a função de auxiliar os professores em sala de aula e orientar alunos que estejam com dúvidas, eles adquirem também aprofundamento na área pela qual optaram se dedicar.

rapaz em cadeira de rosas orientando moça sentada em frente a computador
Cristian Henrique se dedica e participa ativamente das aulas ajudando a tirar dúvidas dos alunos

Inclusão e paixão pela Informática

Cristian Henrique Paulsson é pernambucano e apaixonado por Informática desde os sete anos. Quando se mudou para Fortaleza, começou a frequentar o Cuca do Jangurussu. Durante mais de dois anos, participou de cursos e teve acesso a conteúdos ligados à Informática, até que um professor sugeriu que ele buscasse a monitoria. "O professor me indicou. Eu passei por todos os processos e não foi fácil. Tive que estudar bastante e me desdobrar", explicou.

Aos 19 anos, Cristian já tem metas traçadas para o futuro. "Pretendo fazer um curso técnico e, talvez, venha trabalhar aqui no Cuca. Mais adiante, penso em fazer uma faculdade na área da tecnologia", comentou. Por enquanto, ele se dedica e participa ativamente das aulas ajudando a tirar dúvidas dos alunos. O fato de ser cadeirante nunca trouxe problemas para ele. "Acredito que vivenciar toda essa experiência seja um diferencial para mim no futuro, pelo fato de eu ser cadeirante. Eu já me acostumei, mas sei que é difícil. Quero chegar ao mercado com conteúdo na cabeça e conhecimentos a mais", explicou.

rapaz sorrindo sentado à mesa com várias lentes fotográficas em cima
Gleidson é monitor de fotografia na Rede Cuca Barra

Da música para o audiovisual

Quando ainda morava em Russas, no interior do Ceará, o estudante Gleidson Melo, de 28 anos, já sonhava com a música e em gravar o primeiro videoclipe. Quando veio morar em Fortaleza, foi no Cuca da Barra do Ceará onde o sonho ganhou forma. Através do curso de audiovisual, ele aprendeu as técnicas de filmagem, edição e fotografia e se apaixonou.

A dedicação era para se manter sozinho em uma cidade onde não podia contar com quase ninguém. "Quando eu fiquei desempregado, conheci a Rede Cuca. Tive que deixar de procurar emprego só para estudar. Foi uma escolha e tive que arcar com as consequências, já que não tinha o apoio dos meus pais. Mas consegui gravar minha primeira música e depois veio a gravação do videoclipe. Aí nasceu minha paixão pelo audiovisual", disse o estudante que, ataravés da monitoria, começou também a planejar o futuro. No Cuca da Barra, Gleidson dá suporte nas aulas de fotografia, mas em horários livres, faz aprofundamento em técnicas de edição. Assim, ele se desenvolve na área em que pretende atuar profissionalmente. "Penso em trabalhar com audiovisual na minha cidade natal, em Russas, para que a arte no interior não fique estagnada. Mas sei que aqui posso trabalhar com isso também. Fazer ensaios, cobrir eventos como aniversários e casamentos e, assim, conseguir investir em novos equipamentos", destacou.

garota sorrindo para a foto em frente a computador enquanto edita foto
"A monitoria está sendo uma experiência agregadora para mim", comenta Nicoly

Monitoria e vôos mais altos

A jovem Nicoly Mota, de 21 anos, encontrou na monitoria o atalho para alcançar degraus mais altos. Foi a paixão pela arte que a fez procurar uma unidade do Cuca para elaborar e desenvolver atividades ligadas ao teatro e à música. Ela é Jovem Monitora na área de audiovisual. "A monitoria está sendo uma experiência agregadora para mim. Sempre fui autodidata e é bom estar próxima a todos esses equipamentos e pessoas que trabalham com cinema, que é minha grande paixão. Está sendo muito bom. Em dois meses aprendi muito sobre visões, planos, criatividade, ir além do que já é esperado. Peguei a parte teórica além da criativa", explicou Nicoly, que agora se prepara para dar um passo maior.

A atuação de Nicoly como monitora termina em janeiro de 2020. Antes disso, Nicoly vai migrar para outro projeto da Prefeitura, o Bolsa Jovem. Ela consegue enxergar um progresso, uma chance de poder financiar os próprios sonhos. "O Bolsa Jovem chegou para satisfazer o meu 'eu' artístico, para investir no que eu quero. Eu quero trabalhar em cima de um curta. Este é o meu projeto. Quero enviá-lo para festivais, dar o máximo que eu puder nele e ter dinheiro para comprar equipamentos e pagar pessoas que queiram trabalhar comigo", disse.

A iniciativa nasceu com o objetivo de aumentar a participação dos Jovens Monitores nas atividades de ensino e aprendizagem da Rede Cuca, bem como fortalecer a mobilização e participação juvenil, contribuindo, desta maneira, para a melhoria dos cursos, projetos, atividades e ações desenvolvidas.

Para o Coordenador da Juventude, Julio Brizzi, a função primordial da Rede Cuca é a garantia e o exercício de direitos da juventude. "Tudo gira em torno disso. Garantir direitos de juventude passa por uma formação de qualidade, por acesso à cultura, leitura, ao esporte e à convivência em um espaço de respeito às diferenças. A partir disso, o jovem vai se reconstruindo como sujeito. Hoje, a Rede Cuca tem sido um espaço de capacitação para o mundo do trabalho em diversas áreas. Capacita para o mercado formal em áreas como fotógrafia e audiovisual, e contribui para que o jovem também entre no mercado mais preparado, por intermédio de cursos de Inglês, Informática e Libras", disse.

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senhora fazendo artesanato
A partir de uma linguagem didática e acessível, as atividades contemplam todos os níveis de capacidade cognitiva

Os Centros de Atenção Psicossocial (Caps) de Fortaleza vêm transformando realidades de pacientes em tratamento. Além das intervenções individuais, pautadas por atendimentos médicos, psicológicos e assistenciais, são desenvolvidas propostas terapêuticas grupais no âmbito da arte. Cinema, música, fotografia, teatro, pintura, escultura e artesanato estão entre as manifestações capazes de fortalecer a reinserção social, resgatar a autoestima e autoconfiança de pessoas diagnosticadas com transtornos mentais de diversas ordens.

A partir de uma linguagem didática e acessível, as atividades contemplam todos os níveis de capacidade cognitiva. “Há um extenso leque de distúrbios assistidos pela Rede de Atenção Psicossocial. Cada quadro apresenta uma manifestação sintomatológica diferente e, portanto, demanda um olhar específico. Dessa forma, torna-se possível desenvolver projetos terapêuticos singulares, individualmente apropriados a cada condição”, explica Perpétua Sousa, coordenadora do Caps Geral da Regional III.

Dentre os impactos positivos observados, elencam-se a potencialização da autonomia, do autocuidado, do convívio saudável, da expressão de sentimentos, da responsabilidade e da habilidade técnica. “A arte é um campo muito rico para se trabalhar com subjetividade, com o sujeito, com a elaboração da realidade”, acrescenta a gestora.

senhora com o rosto em uma câmera fotográfica
"Estou em tratamento e aqui vivo a fotografia como uma forma de arte em busca de novos horizontes", comenta paciente de 60 anos

Arte e Fotografia

Construir discursos, explorar percepções, desbravar ambientes, manifestar subjetividades, compartilhar vivências e desenvolver talentos. Para um grupo de 14 pessoas, pelas lentes de uma câmera fotográfica, a vida tem sido percebida e registrada por novas perspectivas.

Nesse contexto, a bipolaridade, a depressão, a esquizofrenia, os transtornos obsessivos compulsivos e a ansiedade perdem o protagonismo e dão lugar a olhares curiosos e desbravadores diante de uma Capital ainda desconhecida por alguns dos pacientes do Caps Geral da Regional III. A Catedral Metropolitana, o Mercado Central e o Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura estão entre os lugares visitados pelo grupo de Arte e Fotografia Trilhas de Fortaleza.

De acordo com Derleide Andrade, assistente social do Caps e coordenadora do grupo, a iniciativa foi lançada em março deste ano e desde então, acontece semanalmente e fortalece a eficácia dos tratamentos medicamentosos tradicionais. “Há alternativas para pacientes com transtornos severos e persistentes. As atividades do grupo de fotografia trazem à tona expressões e emoções. Ao visitar e fotografar espaços culturais, praças e prédios históricos, o paciente em tratamento vai perdendo o medo e adquirindo a própria percepção do ambiente em que vive. Uma vez que se extrapolam os muros da própria casa e do Caps, trabalha-se o olhar da sociedade para o paciente e do paciente para a sociedade”, destaca.

As atividades incluem, ainda, a apresentação de documentários temáticos, a exposição das fotografias produzidas, o registro das impressões das vivências em campo e a troca de experiências. Os recursos e os materiais indispensáveis são adquiridos por meio da união de esforços intersetoriais que incluem doações de câmeras e empréstimos de celulares. “Esta é uma forma de valorizar o trabalho deles. É gratificante vê-los adquirir maior autonomia, superar as limitações, trabalhar a coordenação motora e os estigmas. Vê-los nesses territórios, que também pertencem a eles, é muito valioso”, acrescenta Derleide.

S. P., membro assídua do grupo, chega pontualmente ao Caps às terças-feiras. Aplicada às atividades oferecidas, a senhora de 60 anos se diz apaixonada, imprime o próprio olhar e abraça os aprendizados inerentes à prática da fotografia. “Estou em tratamento e aqui vivo a fotografia como uma forma de arte em busca de novos horizontes. Vejo a união profissional, a busca pela cultura e a consolidação de vínculos afetivos”, comenta.

mulher sentada no chão fazendo artesanato
K. S., paciente do Caps Geral da Regional III, encontrou na atividade uma alternativa adequada às próprias necessidades

Arteterapia

Tinta, lápis de cor, papel, cola, barbantes, balões e atividades lúdicas. Elementos com os quais é possível fazer arte, produzir discursos, atribuir sentidos e ressignificar sentimentos. A partir de atividades desenvolvidas por uma equipe composta por médicos, artistas plásticos, psicólogos e arteterapeutas, o grupo de Arteterapia do Caps da Regional III tem impactado diversas vidas.

A iniciativa é oriunda da parceria entre a Prefeitura de Fortaleza e a Universidade Federal do Ceará (UFC). O Caps oferece, por meio de um ateliê de arte, a estrutura adequada ao desempenho das atividades, que acontecem todas as terças-feiras. Os usuários participam de programações relacionadas à temática e aprendem técnicas, aliando os benefícios terapêuticos ao aprimoramento da habilidade artística. Entre os assuntos explorados, estão as formas, os desenhos, as pinturas, os símbolos, as mandalas e os seus significados subjetivos na trajetória de cada um.

“Nosso objetivo é oferecer curso e vivência de arte para estudantes de Medicina e pacientes da Psiquiatria em conjunto. Ao trazer estudantes e colocá-los no mesmo grupo dos pacientes em tratamento, humanizando e quebrando estigmas, exploramos novos e importantes elementos. Os usuários evoluem bem e se sentem pertencentes a um grupo, participantes de um projeto de extensão da Universidade. Isso já traz uma nova identidade. Aqui eles não são vistos como doentes, e sim como seres que aprendem, como eu estou aprendendo”, defende Lia Sanders, médica psiquiatra, professora do Departamento de Medicina da UFC e coordenadora do projeto de extensão Escola Arte Livre.

homem posando para a foto
“É lindo observar a inclusão sociocultural proporcionada pela arte", comenta o artista plástico Ronaldo Vieira

Segundo o artista plástico Ronaldo Vieira, facilitador do Grupo de Arteterapia, todas as atividades desenvolvidas são contextualizadas a partir de um ponto de vista histórico. “É lindo observar, além do acolhimento e da escuta qualificada, a inclusão sociocultural proporcionada pela arte, que favorece o bem-estar dos usuários que nos procuram. Eles são assíduos e apresentam evolução na execução dos trabalhos. Alguns deles, inclusive, vendem quadros”, lembra.

K. S., paciente do Caps Geral da Regional III, encontrou na atividade uma alternativa adequada às próprias necessidades. Diagnosticada com bipolaridade em 2012, utiliza-se, desde então, dos trabalhos manuais para potencializar o tratamento ao qual vem sendo submetida. “Eu não me dou bem com grupos de psicoterapia tradicionais. Lá, minhas feridas sangravam mais. Eu me sentia mais nervosa, ansiosa. Os relatos dos outros pacientes me machucavam pela identificação. Daí surgiu a ideia desse grupo de arte, em que as pessoas aprenderiam técnicas de pintura. Decidi ficar e fui inclusa. Eu gosto de arte. Pintar é um sonho que realizo todos os dias. Por meio dela, busco transmitir coisas boas, alegres, vibrantes. Assim, não caio na depressão”, explica.

Hoje, K. S. se dedica à arte de forma intensa e produtiva. “Venho superando os tremores que sinto nas mãos. Tenho acreditado na minha capacidade de desenhar. Vou me aplicando, refaço as lições em casa, pesquiso, assisto a vídeos no YouTube, busco referências para meus trabalhos autorais, compro telas, papéis. Vendo meus quadros e presenteio as pessoas de quem gosto”, conta.

Influências nacionais e internacionais

Ainda de acordo com Lia Sanders, os benefícios da Arteterapia vêm sendo observados desde a década de 1940. “Um artista plástico britânico, Adrian Hill, foi o primeiro a utilizar esse termo. Para ele, a arte era terapêutica por si. À mesma época, uma psicóloga americana desenvolveu ideias complementares. A pioneira no Brasil foi a Nise da Silveira, no Rio de Janeiro, quando criou um ateliê de arte, em contato permanente com Carl Jung, um médico psicanalista. Ela começou a estudar a expressão dos pacientes por meio de artes, símbolos e mandalas”, acrescenta.

De acordo com as ideias defendidas pela médica psiquiatra Nise da Silveira, “todo mundo deve inventar alguma coisa. A criatividade reúne em si várias funções psicológicas importantes para a restauração da psiquê. O que cura, fundamentalmente, é o estímulo à criatividade”, dizia Nise, falecida em 1999.

mulher de óculos sorrindo para foto
A enfermeira Elieuda Bezerra ministra o Curso de Noções Básicas em Primeiros Socorros

Curso de Noções Básicas em Primeiros Socorros

Nos Centros de Atenção Psicossocial Álcool e outras Drogas de Fortaleza (Caps AD), iniciativas similares têm sido desenvolvidas. Dentre os grupos terapêuticos oferecidos, destaca-se o Curso de Noções Básicas em Primeiros Socorros. A iniciativa visa capacitar usuários para desenvolver procedimentos necessários diante de vítimas acometidas por acidentes ou maus súbitos. O intuito da proposta, além de reduzir o número de óbitos, o tempo de internação e a chance de sequelas, fortalece a autoestima dos usuários em serviço e prepara multiplicadores.

A grade curricular inclui, em perspectiva teórica e prática, técnicas de ressuscitação cardiopulmonar e cuidados indispensáveis em casos de queimaduras, hemorragias, fraturas, convulsões, engasgos, acidentes vasculares cerebrais, desmaios e picadas de insetos. Daniela de Brito, coordenadora do Caps AD da Regional V, reforça o intuito e o alcance da proposta. “Aqui, são repassadas técnicas importantes. Até o momento, duas turmas já foram capacitadas e aprenderam como proceder em momentos de crise. Há uma expectativa de expansão da iniciativa. Após a mensuração dos resultados do curso, o objetivo é propagar para outros Caps, inclusive os gerais”, comenta Daniela.

A enfermeira Elieuda Bezerra avalia a experiência de forma exitosa. “É muito positivo ministrar esse curso, aproximando as lições à realidade do usuário. Convulsão, por exemplo, é algo frequente entre usuários de álcool e drogas. Ou seja, é algo com que eles podem se deparar. Temos visualizado a adesão como positiva. Eles são assíduos, sentem-se felizes aqui. Ao final dessas práticas, é gratificante observar o retorno, a gratidão, a transformação causada”, considera.

O usuário J. R., de 50 anos, relata o impacto das atividades desenvolvidas ao longo de seu tratamento no Caps AD, que acontece há um ano e meio. “Aqui, aprendo coisas que gostaria de ter aprendido na escola. Abandonei os estudos cedo. Só cursei até a quinta série. Sustentei o vício em 15 tipos de drogas por 35 anos. Agora, além de estar me livrando, voltei a dormir em casa e estou recuperando meus bens e minha dignidade”, relata.

mãos manuseando artesanato
O Caps oferece, por meio de um ateliê de arte, a estrutura adequada ao desempenho das atividades, que acontecem todas as terças-feiras

Reestruturação da Rede de Atenção Psicossocial (Raps) de Fortaleza

Ao longo da gestão do prefeito Roberto Cláudio, a Prefeitura de Fortaleza tem investido na reestruturação de toda a Rede de Atenção Psicossocial. Os eixos prioritários contemplam melhorias na infraestrutura dos serviços, a seleção e a capacitação de recursos humanos e a regularização da assistência farmacêutica que garante o abastecimento e a entrega, por meio das Centrais de Distribuição de Medicamentos, dos 34 remédios prioritários para a Saúde Mental.

Serviços da Raps

A gerente da Célula de Atenção à Saúde Mental, Harismana Andrade, reforça a lista dos serviços oferecidos. “A Raps é composta por 23 serviços, entre eles, seis Caps Gerais, sete Caps AD, dois Caps Infantis, três residências terapêuticas e cinco Unidades de Acolhimento. Na perspectiva da reabilitação do nosso usuário, trabalhamos tratamento, reabilitação psicossocial e a reinserção deles na comunidade. Existe a preocupação de se trabalhar um projeto terapêutico construído com a equipe multiprofissional e com a família. Oferecer um trabalho humanizado, fortalecendo e identificando habilidades artísticas. Portanto, além dos acolhimentos, oferecemos grupos terapêuticos, familiares, arteterapêuticos, ações de redução de danos, resgate e fortalecimento de vínculos familiares, apoio matricial e atividades intersetoriais com outros equipamentos do território”, explica.

Nessa perspectiva, são designados tratamentos para as principais dificuldades diagnosticadas. Para a finalidade, considera-se, inclusive, o contexto sociofamiliar. “Em casos de tentativa de suicídio, havendo uma retaguarda familiar, há um diferencial positivo em relação àqueles que vivem sozinhos. São situações gerenciadas de formas diferentes. São oferecidos, também, grupos de família que acolhem os parentes. O cuidado com o paciente, acumulado por anos e anos, é algo que pode adoecer o familiar. Nosso objetivo é oferecer atenção a esse aspecto”, exemplifica Perpétua Sousa, coordenadora do Caps Geral da Regional III.

Novos profissionais

“No tocante aos recursos humanos, realizamos um concurso público com a lotação de 130 profissionais de nível superior, especificamente, para a Rede Caps, entre psicólogos, assistentes sociais, enfermeiros, terapeutas ocupacionais, psiquiatras e clínicos gerais. Passamos a contar, também, com neuropediatras para os Caps infantis e com gestores selecionados”, acrescenta a Harismana.

Atendimentos

Harismana destaca que todas as unidades estão de portas abertas à população. No entanto, orienta que o encaminhamento pode ser realizado na Rede de Atenção Primária. “Os profissionais dos Postos de Saúde podem encaminhar o usuário ao Caps mais próximo em caso de necessidade, mas a pessoa pode buscar ajuda voluntariamente e ter acesso a um acolhimento local, à avaliação e ao início do tratamento”, explica.

Conheça as unidades da Rede Assistencial de Saúde Mental de Fortaleza

Publicado em Saúde
homem atravessa uma faixa elevada de pedestre com uma criança no colo
"Como tem muita criança, é importante que tenha mais calçada e seja tranquilo", destacou Raimundo Oliveira, que levou o filho ao Hospital Albert Sabin

Para modificar promover o convívio urbano e a segurança viária dos pedestres e ciclistas, que são os atores mais vulneráveis no trânsito, a Prefeitura de Fortaleza desenvolveu o programa Área de Trânsito Calmo. A ideia é criar uma série de mecanismos físicos que possibilitem que aqueles que estão se locomovendo a pé, em regiões específicas da Cidade, tenham seus deslocamentos priorizados, como explicou Luiz Alberto Sabóia, secretário-executivo da Secretaria Conservação e Serviços Públicos (SCSP). “O que nos motivou criar esses espaços foi melhorar a qualidade do espaço viário, trazendo segurança viária ao pedestre, principalmente em áreas onde ele deve ser protagonista, como o entorno de hospitais, trazendo mais segurança”, afirmou.

As Áreas de Trânsito Calmo humanizam os espaços urbanos, focando no protagonismo do pedestre , promovem a urbanidade e uso dos espaços públicos, além da ampliação da percepção de segurança e da convivência cidadã. Fortaleza conta, atualmente, com três Áreas, localizadas no bairros Rodolfo Teófilo (no entorno da Faculdade de Medicina da UFC), Vila União (no entorno do Hospital Albert Sabin) e Benfica (próximo à Residência Univesitária da UFC).

Com um grande fluxo de veículos e pedestres, entre eles o de crianças, o entorno do Hospital Albert Sabin foi uma das regiões contempladas com a ação. “Trabalho há mais de 15 anos aqui.  Não havia sinalização alguma, o espaço para estacionamento era muito bagunçado. Acabava que os carros que chegavam trancavam os outros, ficava muito engarrafado. Inclusive, vi algumas batidas de carros e, como aqui tem muita criança pelo hospital, me preocupava”, contou Mardônio Queiroz, ambulante que trabalha em frente ao Hospital.

Com uma área de 174.000m², o equipamento na Vila União contempla as vias envolvidas com dispositivos específicos, como travessias elevadas para pedestres, prolongamentos de calçadas e sinalização especial indicando limite de velocidade, além de lombadas físicas, aumento de pontos com faixas de pedestres e rampas de acessibilidade universal.

Raimundo Oliveira, pai de menina de um ano que foi atendida no Hospital, falou que a área só trouxe benefícios. “A gente se sente mais seguro. Os carros param e tem mais locais para a gente se locomover. Como tem muita criança, é importante que tenha mais calçada e seja tranquilo. Acho que a Prefeitura deve levar para outros cantos da Cidade”, disse.

mulher posa para foto sorrindo
"As pessoas conseguem ter um acesso mais rápido, o que tranquiliza e ajuda no atendimento adequado", afirmou Marina Paraguassu

Já Marina Paraguassu, estagiária de psicologia que atua no equipamento de saúde, acredita que a ação traz melhoras inclusive para o atendimento. “É nítido, quando se chega ao Hospital, que o trânsito é diferente do restante da Cidade. As pessoas conseguem ter um acesso mais rápido, o que tranquiliza e ajuda no atendimento adequado. É importante que seja ampliado para outros lugares”, afirmou.

De acordo com Luiz Alberto Sabóia, os benefícios de espaços como esse podem ser sentidos nos índices de acidentes. “Conseguimos reduzir em 40%, nos últimos quatro anos, as mortes no trânsito e parte vem também da Área de Trânsito Calmo. Além desses resultados concretos em si, essa ação é simbólica para o que pode vir a ser a nossa Cidade no futuro, com mais calçadas, travessias de pedestre no nível elevado, mais semáforos para pedestres e velocidade reduzida nessas áreas”, completou.

Dante Rosado, coordenador da Iniciativa Bloomberg de Segurança Viária Global em Fortaleza, lembrou que os resultados alcançados e sentidos são muito positivos. “Geralmente, a gente observa mais pedestres andando na rua, maior respeito a faixa de pedestre pelos condutores. A população avalia de forma que a segurança no trânsito melhora”, declarou. Segundo estudo da WRI Brasil, para cada metro de prolongamento de calçada construído nas travessias, existe uma redução de 6% na probabilidade de ocorrência de acidentes de trânsito fatais com pedestres. 

A iniciativa, coordenada pela Secretaria Municipal de Conservação e Serviços Públicos (SCSP), por meio do Plano de Ações Imediatas de Transporte e Trânsito de Fortaleza (PAITT), também faz parte do pacote de atividades do Programa de Apoio aos Pedestres, desenvolvido em parceria com a Iniciativa Bloomberg Philanthropies em Fortaleza, com o apoio do WRI Brasil e da Global Designing Cities Initiative (NACTO-GDCI). 

Publicado em Mobilidade
Senhora de óculos escuros e chapeu de capitão posando pra foto e segurando placa escrito programa gente de valor
Marileide Guerra pratica yoga, dança de salão, dança sênior e ginástica

Marileide Guerra, servidora aposentada da Prefeitura de Fortaleza, costumava ser uma pessoa sedentária e hoje, segundo ela, tem mais disposição e uma melhor qualidade de vida, pois pratica yoga, dança de salão, dança sênior e ginástica. Todas essas atividades fazem parte do Programa Gente de Valor (PGV), desenvolvido pelo Instituto Municipal de Desenvolvimento de Recursos Humanos (Imparh). O PGV foi criado por meio da Lei Municipal nº 8.601, de 13 de dezembro de 2001, para atender aos servidores aposentados do Município.

Além das atividades físicas, Marileide, que participa do Programa há 12 anos, também faz aula de italiano e já teve a oportunidade de viajar para fora do país. “O italiano me deu a chance de viajar duas vezes e ser coordenadora do grupo que vai para Itália estudar o idioma. Além dos estudos, a gente fez vários passeios pelo país”, orgulha-se.

Senhora com a mão na cintura sorrindo para a foto
"Aqui eu levanto meu astral e fico em sintonia com outras pessoas”, diz Ana Célia

O PGV oferece atividades, como dança de salão, dança sênior, yoga, canto coral, teatro, entre outras. “Qualquer servidor aposentado pode participar. Basta fazer um cadastro na sede do Programa no Imparh e depois escolher o que deseja fazer”, orienta Cézar Peres, coordenador do PGV.

O foco do Programa são atividades voltadas ao trabalho biopsicossocial para o desenvolvimento e melhoria da qualidade de vida da pessoa idosa. Trata-se de uma oportunidade de oferecer para a terceira idade práticas que irão ajudar na saúde física e mental. “Ficamos muito felizes em receber os idosos. Eles poderiam estar em casa, muitas vezes doentes ou debilitados, e aqui têm um espaço para se movimentar”, reforça o presidente do Imparh, Fábio Braga.

senhoras fazendo aula de yoga
Aula de Yoga

Ana Célia é uma das integrantes mais antigas do PGV. No início do Programa, ela teve a oportunidade de participar de um treinamento de turismo, que hoje lhe deu a chance de ter sua própria empresa de passeios turísticos. “Entrei no Programa quando aposentei. Não queria ficar só em casa e ser dona de casa. Aqui eu levanto meu astral e fico em sintonia com outras pessoas”, relembra a aposentada.

Preste a completar 18 anos de existência, o PGV está em constante crescimento e atualmente recebe uma média de 300 pessoas por semana. “Se o servidor aposentado quiser, ele pode passar o dia todo aqui, pois temos aulas de segunda a sexta-feira. O efeito de quem frequenta o PGV é muito positivo. Digo isso por conta dos depoimentos que recebemos todos os dias”, completa Fábio.

Atividades desenvolvidas no PGV:

Aeróbica
Segundas-feiras, às 8h30

Aula de Português
Sextas-feiras, às 14h

Aula de Italiano - 1º e 2º semestre
Segundas e quartas-feiras, às 15h

Canto Coral
Quintas-feiras, às 9h

Capoterapia
Terças e quintas-feiras, às 16h30

Dança de Salão
Terças e quintas-feiras, às 8h30

Dança Sênior
Segundas-feiras, às 16h

Ginástica dos Bombeiros
Terças e quintas-feiras, às 7h30

Oficina de Ponto Cruz
Quintas-feiras, às 8h30

Teatro
Quartas-feiras - 15h

Terapia Comunitária
Sextas-feiras, às 8h30

Yoga
Segundas e quartas-feiras, às 8h30

Mais informações: (85) 3433.2981

Publicado em Servidor
uma roda de idoso assiste a apresentação de um violeiro
As atividades lúdicas e culturais permeiam a vida de mais de 2 mil idosos em Fortaleza, sendo uma média de 80 por unidade do CRAS

Manhãs e tardes cheias de partilha, alegria, convívio muitas risadas. Essas são características da rotina de idosos que se reúnem duas vezes durante a semana para participar das atividades do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) dos 27 Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) em Fortaleza.

As atividades lúdicas e culturais permeiam a vida de mais de dois mil idosos em Fortaleza, sendo uma média de 80 por unidade do CRAS, ajudando na socialização e na prevenção ou recuperação de problemas de saúde mental. Dança, artesanato, música, rodas de conversa e passeios culturais são algumas das iniciativas realizadas.

A socialização é o principal atrativo para de Verônica das Dores Nogueira, de 60 anos. Ela faz parte de um grupo de cerca de 80 idosos do CRAS Jacarecanga. Inicialmente, ela veio a convite da prima, já integrante. Mesmo ainda relutante em conhecer o projeto, acabou ficando. “Já estou em uma idade na qual não preciso me preocupar com tanta coisa em casa, como quando mais jovem. Aí vim, gostei e fiquei, isso há quase dois anos. Toda semana eu venho e sinto falta quando não tem”, conta.

senhora posa para a foto sorrindo
Para dona Verônica das Dores Nogueira, a companhia dos colegas e o tratamento dado pelas pedagogas são os diferenciais do projeto

Dona Verônica conseguiu superar um início de depressão a partir das atividades sociais. A companhia dos colegas e o tratamento dado pelas pedagogas, para ela, são os diferenciais do projeto. “Além disso, gosto muito dos passeios. Todo canto que elas convidam, a gente quer ir logo. Já fomos ao teatro, ao clube, ao zoológico”, descreve.

No entanto, foi o conjunto dos benefícios que garantiram a permanência dela. “Eu me sinto mais valorizada como pessoa e hoje em dia, quando eu venho para cá, não penso mais as coisas que pensava quando tinha depressão. Vir para cá me dá vida, me dá alegria, e por isso eu venho sempre. Meu marido me incentiva muito, também”, finaliza dona Verônica.

As equipes que organizam as atividades fazem parte do Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF), presente nas 27 unidades na Capital. Conforme Leiliane Martinz, coordenadora do CRAS Jacarecanga, para participar, o idoso passa por um atendimento inicial, que realiza o cadastro e avalia de que forma o idoso pode se programar dentro das atividades do CRAS.

Leiliane conta que a maioria dos profissionais do CRAS é formada por jovens. Nesse sentido, há uma intensa troca de experiências entre as gerações, além dos benefícios da geração estar participando ativamente das atividades. “A gente recebe idosos com depressão e isolamento social. Esse tipo de atividade resgata o idoso para que ele possa ter qualidade de vida nessa fase. Temos muitos relatos sobre a mudança que participar desse grupo promoveu na vida deles”, destaca a coordenadora.

Engajamento

No CRAS do Bom Jardim, quem participa das atividades desde 2013 é o senhor Eridan de Sousa, de 72 anos. O engajamento foi tanto que ele virou membro do conselho do bairro, liderando reuniões e participando ativamente das ações. Morador do Bom Jardim há mais de 50 anos, para ele, o grupo funciona como um momento de terapia, onde ele descobriu a importância não apenas de se ajudar, mas também de poder melhorar a vida de outras pessoas.

foto do rosto de um senhor
"O centro de convivência nos dá essa condição para viver em grupo, não só aqui mas em outras esferas da sociedade", Eridan de Sousa

“O equipamento não apenas nos recebe, há muitas atividades a serem feitas depois disso. E o centro de convivência nos dá essa condição para viver em grupo, não só aqui mas em outras esferas da sociedade. Isso aqui é tudo para mim e, terça e quinta, eu tenho que estar aqui interagindo com essas pessoas. É a minha alegria de viver”, conta.

Portanto, em meio a dificuldades pessoais, ele viu no CRAS do Bom Jardim uma oportunidade de acolher outras pessoas, da mesma maneira como foi acolhido. “Eu falo que ninguém é tão rico que não possa receber e nem tão pobre que não possa ajudar. Deve haver sempre essa troca entre as pessoas, independentemente de quem seja”.

O planejamento das atividades é feito conforme a vivência dos idosos, de acordo com a pedagoga Ana Cláudia Rodrigues. Ela explica que, além do tema pessoal, no qual eles se reconhecem como idosos e falam sobre si mesmos, eles também são inseridos em discussões sobre percepção do território e da comunidade.

"Isso potencializa a individualidade, mas também trabalha no sentido deles se sentirem cidadãos, dando-nos a oportunidade de reconhecer as demandas deles dentro da família e da sociedade”, ressalta.

Sobre os CRAS

Localizados em áreas de vulnerabilidade social, os CRAS atuam com famílias e indivíduos em seu contexto comunitário, visando fortalecer dos convívios sócio familiar e coletivo. Atualmente, Fortaleza conta com 27 CRAS distribuídos em seis Regionais. O equipamento faz parte da rede socioassistencial da Prefeitura de Fortaleza, por meio da Secretaria dos Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SDHDS).

Além disso, são feitos encaminhamentos à rede socioassistencial, atendimentos individuais, atendimento do Cadastro Único, visitas domiciliares e institucionais, dentre outros serviços. Confira a lista com a localização dos CRAS em Fortaleza.

Publicado em Social
Senhora acena enquanto aperta mão de rapaz e placa de obra ao fundo
"Com nossa luta, conseguimos o que nos pedem, como drenagem, pavimentação, asfalto em pedra tosca, a exemplo das obras que estão iniciando na rua da dona Luciana”, disse Alexandre Mafra

Depois do período de chuva, Luciana Olímpio da Silva, moradora do bairro Cajazeiras há 13 anos, sempre se perguntava a quem deveria recorrer para facilitar melhorias na Rua Estudante Ana Kelly. O logradouro acumulava água e mau cheiro, deixando Luciana com medo de doenças como a dengue. “Durante muito tempo, não sabia o que fazer. Muitas vezes, não tinha tempo de ir à Regional, ou dinheiro para me locomover e, com isso, ia deixando as coisas ficarem como estavam”, disse.

Já Theo Martins, dono de uma barbearia no Bairro Dom Lustosa, lembrou que a população sofria bastante com o trânsito complicado no cruzamento da Rua Hipólito Brasil com a Av. Perimetral. “A localidade estava precisando de um semáforo. Os riscos de batidas e acidentes eram constantes. Minha mãe mora nas proximidades e isso me deixava muito aflito”, contou.

As realidades de Luciana e Theo começaram a mudar com os encaminhamentos dos Agentes de Cidadania nos territórios da Capital. Responsáveis por fazer o elo entre a Prefeitura e os moradores, os agentes promovem um canal direto entre a sociedade civil e o poder público, dando chance aos fortalezenses de cobrarem, diretamente, soluções para suas necessidades e anseios.

“Para a população é algo muito bom, pois acaba com as portas blindadas. O povo passa a ter portas abertas junto aos órgãos municipais, trazendo um conforto e segurança para que sejam pleiteadas as demandas e que elas cheguem às pessoas responsáveis”, afirmou o Agente de Cidadania, Alexandre Mafra.

Senhor sentado gesticulando com braços sobre mesa com papéis
Gilberto Costa Barros, coordenador especial de Participação Social

Em seu terceiro mandato na Regional VI, Alexandre contou que graças ao trabalho exercido, as demandas reais da população estão sendo atendidas. “Temos tido resultados mais amplos, de mais qualidade, pois pleiteamos o que realmente a população quer. Com nossa luta, conseguimos o que nos pedem, como drenagem, pavimentação, asfalto em pedra tosca, a exemplo das obras que estão iniciando na rua da dona Luciana”, disse.

Os Agentes de Cidadania atuam voluntariamente e estão espalhados nos 39 territórios de Fortaleza. Ao todo, são 471 pessoas atuantes nos Núcleos da Coordenadoria Especial de Participação Social em todas as Regionais.

“Sinto-me útil para a comunidade, contribuindo, vendo que a batalha traz melhorias para o bairro, como foi o caso do semáforo da Hipólito Brasil com Perimetral. Ele trouxe segurança aos moradores, pois eram recorrentes os acidentes de carros e crianças atropeladas”, destacou o Agente Moacir Quintela de Moura, da Regional III.

As ações solicitadas pela população são desenvolvidas dentro dos pacotes de investimento e projetos setoriais da Gestão, como explicou Gilberto Costa Barros, coordenador especial de Participação Social. “Muitas coisas que os agentes solicitam estão dentro dos trabalhos da Secretarias, outras estão embaixo do guarda-chuva de projetos como o Mais Ação. Esse é o investimento maciço que a Prefeitura tem feito, em todos os eixos, seja na educação, saúde, mobilidade, infraestrutura, urbanização e meio ambiente, entre outros”, completou.

Para conhecer o trabalho dos Agentes de Cidadania, saber quem atua dentro do seu território, ou caso queira fazer questionamentos e demandas, basta procurar a Regional do seu bairro e se dirigir ao espaço do Núcleo de Coordenadoria Especial de Participação Social. Todos os tipos de demandas, independentemente da área, podem ser solicitados no local, quando serão encaminhadas para análise e posterior aplicação, após aprovação.

Conheça o seu Núcleo:

Secretaria Regional I (Rua Dom Jerônimo, 20 - Farias Brito)
Secretaria Regional II (Rua Professor Juraci M Oliveira, 1 - Edson Queiroz)
Secretaria Regional III (Av. Jovita Feitosa, 1264 - Parquelândia)
Secretaria Regional IV (Av. Dr. Silas Munguba, 3770 - Itaperi)
Secretaria Regional V (Av. Augusto dos Anjos, 2466 - Bonsucesso)
Secretaria Regional VI ( Rua Padre Pedro Alencar, 789 – Messejana)
Coordenadoria Especial de Participação Social (Av. da Universidade, 1985 - Benfica Fortaleza) – Demandas do
Centro da Cidade

Publicado em Participação social
Homem sentado com mãos postas sobra mesa
“Muitos que contam com a nossa capacitação conseguem êxito na sua vida profissional", comenta Fábio Braga, presidente do Imparh

Há 45 anos, o Centro de Línguas do Instituto Municipal de Desenvolvimento de Recursos Humanos (Imparh) vem contribuindo com o crescimento profissional de jovens de 14 a 29 anos por meio do ensino de línguas estrangeiras. A iniciativa da Prefeitura de Fortaleza promove o aprendizado de um novo idioma e transforma a realidade de muitos fortalezenses.

Rafael Cesar, ex-aluno do Imparh, descreve a origem do sonho que o levou à fluência em três idiomas: italiano, inglês e francês. “Durante toda a minha infância, sempre tive o desejo de viajar ao redor do mundo, conhecer outras culturas e outros lugares que via pela TV. Eu não queria somente estar nesses lugares, queria também conseguir me comunicar com as pessoas. Entender o que estava se passando ao meu redor. Então, desde cedo, comecei a buscar conhecimento e meios para aprender outros idiomas”, relembra.

Rafael começou a estudar no Imparh no ano 2000. A partir de então, viu sua vida mudar após a conclusão dos cursos. Hoje, trabalha em uma empresa de cruzeiro e compartilha a relevância do aprendizado adquirido para a formação profissional. “Logo após sair do Imparh em 2011, comecei a buscar trabalhos em companhias internacionais. Obviamente, o fato de falar outros idiomas foi a chave de entrada para esses trabalhos. As portas se abriram em todos os sentidos, só vieram coisas positivas depois que aprendi outros idiomas”, lembra.

Rapaz sorrindo pra foto sentado em morro apontando pro mar
"Eu não queria somente estar nesses lugares, queria também conseguir me comunicar com as pessoas", lembra Rafael Cesar, ex-aluno do Imparh

Enriquecendo a lista de experiências de sucesso, a ex-aluna Thais de Sousa reforça a importância da imersão em novas culturas. “Ao conhecer as características de outro país, você passa a pesquisar sobre gastronomia, a se interessar pela história do lugar. Por exemplo, a minha paixão sempre foi o espanhol, tanto que foi a minha primeira língua no Imparh. Eu comecei a estudar quando tinha entre 14 e 15 anos. Hoje eu estou com 31 e me sinto realizada por entender a língua local de um país do qual sempre gostei”, diz.

Thais estudou espanhol, inglês e italiano no Imparh, dedicando três anos e meio em cada um dos cursos. Hoje, trabalha como garçonete em navios cruzeiros. “Não tem benefício maior do que, após a conclusão do curso, você conseguir se comunicar com um nativo, assistir a um filme, a um seriado, à televisão, ao noticiário. Não tem satisfação maior”, orgulha-se.

Segundo o presidente do Imparh, Fábio Braga, o público-alvo do Centro de Línguas é muito plural, contemplando jovens de 14 a 29 anos, e até idosos de 60 anos. “Tenho certeza absoluta de que muitos que estudam aqui e contam com a nossa capacitação conseguem êxito na sua vida profissional. Temos testemunhas de pessoas que estão trabalhando muito na área do turismo. Fortaleza tem uma área turística muita boa e muito ampla, a exemplo de praticamente todo o Estado. Nós sabemos que isso eleva muito o nível, principalmente do acolhimento ao turista estrangeiro”, ressalta.

Moça com roupa de frio sorrindo pra foto com monumentos ao fundo
Thais estudou espanhol, inglês e italiano no Imparh, dedicando três anos e meio em cada um dos cursos

O Imparh conta com a tradição de ser um curso social, pois em princípio, metade das matrículas é destinada aos alunos de escolas públicas municipais e estaduais.

O valor cobrado pelo curso também é simbólico: R$ 80,00 por semestre. A instituição se mantém como um projeto social e educacional. Fábio Braga destaca que alunos com condições financeiras menores estudam o idioma e vislumbram o seu futuro fora do país.

Imparh em números

Em 45 anos de funcionamento, o Imparh já formou uma média de 170 mil alunos nos sete cursos de idiomas ofertados semestralmente. São eles: português, inglês, espanhol, italiano, francês, alemão e japonês. Atualmente, o Centro de Línguas conta com mais de 3.300 alunos.

Processo seletivo

A cada semestre, é realizada uma seleção para novos alunos e um teste de nível para os que desejam ingressar em uma etapa mais avançada do curso.

O presidente Fábio Braga apontou outra alternativa de ingresso. “Além dos classificados e dos classificáveis, oferecemos uma terceira modalidade: o classificado geral. Caso o aluno tenha uma pontuação insuficiente ao ingresso em um idioma específico, poderá garantir a matrícula em outro curso de menor concorrência, a depender da disponibilidade de vagas ofertadas. Dessa forma, não precisará, necessariamente, submeter-se a outro processo seletivo. Os alunos são convocados obedecendo à seguinte ordem: classificados, classificáveis e, por fim, acontece a chamada do classificado geral”, informou.

Braga ressaltou ainda a importância do diálogo constante em prol de melhorias ofertadas pelo Imparh. “Todo semestre, realizamos uma pesquisa com os alunos para consultar suas opiniãos e conhecer o nível de satisfação. A partir desses indicativos, agimos de forma estratégica, aparando possíveis arestas e fortalecendo nossas atividades”, completou o presidente do Instituto.

Publicado em Educação